Para que serve um aterramento elétrico?
O aterramento é um princípio de eletricidade que às vezes intriga os proprietários de imóveis. Em essência, o sistema de aterramento em um sistema de fiação residencial serve como um caminho de reserva que fornece uma rota alternativa para a corrente elétrica seguir de volta para o “terra” no caso de um problema no sistema de fiação. Para entender sua importância para um sistema de fiação doméstico, é importante saber algo sobre a natureza do fluxo de energia elétrica.
Elétrica residencial: princípios básicos
A corrente elétrica no sistema de fiação da sua casa consiste em um fluxo de elétrons nos fios do circuito metálico. A corrente vem em duas formas, uma carga negativa e uma positiva, e esse campo elétrico carregado é criado por enormes geradores operados pela empresa concessionária, às vezes a centenas de quilômetros de distância. É essa carga polarizada que efetivamente constitui o fluxo de corrente elétrica e chega à sua casa através de uma vasta rede de fios, subestações e transformadores de serviço de alta tensão que cobrem a paisagem.
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A metade negativa da carga é a corrente ativa. No sistema de fiação da sua casa, a corrente ativa é normalmente transportada por fios pretos, enquanto os fios neutros, brancos, carregam a carga positiva. Os dois conjuntos de fios entram em sua casa através dos principais fios de serviço da concessionária, passam pelo painel de serviços elétricos e passam lado a lado por todos os circuitos em sua casa.
A física do fluxo elétrico é mais complicada do que a maioria das explicações simples pode transmitir, mas essencialmente a eletricidade busca retornar seus elétrons ao “solo” – isto é, descarregar sua energia negativa e retornar ao equilíbrio. Normalmente, a corrente retorna ao terra através dos fios neutros no sistema elétrico. Porém, se ocorrer alguma falha no caminho, a corrente quente poderá fluir através de outros materiais, como molduras de madeira, tubos de metal ou materiais inflamáveis em sua casa.
É o que pode acontecer em uma situação de curto-circuito, onde a maioria dos incêndios e choques elétricos se originam. Um curto-circuito ocorre quando a eletricidade se desloca para fora dos fios pelos quais deveria fluir – em outras palavras, quando toma um caminho mais curto para o aterramento.
O que é o aterramento elétrico?
Para evitar esse perigo, o sistema elétrico da sua casa inclui um plano de reserva – um sistema de fios de aterramento paralelos aos fios ativos e neutros. Ele fornece um caminho alternativo para a corrente elétrica seguir caso haja uma falha no sistema de fios ativos e neutros que normalmente transportam a corrente. Se uma conexão de fio ficar frouxa, por exemplo, ou um roedor roer um fio, o sistema de aterramento canaliza a corrente perdida de volta ao terra por esse caminho alternativo antes que possa causar incêndio ou choque.
O caminho de aterramento geralmente é formado por um sistema de fios de cobre sem desencapado que se conectam a todos os dispositivos e todas as caixas elétricas de metal em sua casa. No cabo revestido padrão, esse fio de cobre é incluído junto com os fios condutores isolados dentro do cabo.
Os fios de aterramento de cobre terminam em uma barra de aterramento no painel de serviço principal, e essa barra de aterramento é, por sua vez, conectada a uma haste de aterramento inserida profundamente na terra fora de sua casa. Esse sistema de aterramento fornece um caminho de menor resistência para que a eletricidade siga de volta ao terra, caso uma interrupção no sistema de fiação permita que a eletricidade “vaze” do sistema preferido dos fios de circuito preto e branco.
Aterramento elétrico e sistemas antigos
Nem todas as residências possuem esse sistema de aterramento elaborado e completo, formado por uma rede de fios de cobre. Embora esse sistema de aterramento seja padrão em residências com disjuntores conectados com cabo revestido, os sistemas de fiação mais antigos podem ser aterrados através de conduítes ou cabos metálicos, e não de fios de cobre. E mesmo sistemas mais antigos podem não ter nenhuma forma de aterramento.
Muitos sistemas mais antigos já foram atualizados, e é uma boa ideia fazê-lo se sua fiação for dessa geração mais antiga. Uma pista de que sua fiação é antiga é quando ela ainda usa tomadas antigas ao invés do novo padrão de 3 pinos. Isso indica que as tomadas podem não estar aterradas.
Proteção integrada além do aterramento
O sistema de fiação doméstica também inclui outros dispositivos de segurança para ajudar a evitar desastres. Disjuntores ou fusíveis protegem e controlam cada circuito individual.
Os disjuntores ou fusíveis têm duas funções: Protegem os fios contra superaquecimento no caso de serem sobrecarregados por muita corrente elétrica sendo atraída por eles; eles também detectam curtos-circuitos e disparam ou “sopram” para interromper instantaneamente o fluxo de corrente quando ocorrem problemas. Em uma situação de falha de curto-circuito ou terra, uma redução repentina na resistência faz com que uma quantidade incontrolável de corrente flua, e o disjuntor responde a isso disparando.
Finalmente, é uma prática bastante comum que os tubos de metal da sua casa também sejam conectados ao caminho de aterramento. Isso oferece proteção adicional caso a eletricidade entre em contato com esses tubos de metal. Geralmente, esse aterramento é estabelecido por um fio de aterramento preso a um cano de água de metal próximo ao seu aquecedor de água.
Aterramento dos aparelhos domésticos
O sistema de fiação doméstico não só possui um sistema de aterramento para segurança, mas também muitos dispositivos e dispositivos plug-in. Ferramentas elétricas, aspiradores e muitos outros aparelhos são muito mais seguros quando eles têm um terceiro pino no plugue do cabo, que é moldado para encaixar o slot de aterramento redondo em um receptáculo de tomada. A presença desse terceiro pino indica que o aparelho possui um sistema de aterramento e é essencial que ele seja conectado a tomadas aterradas.
Sabe-se que algumas pessoas cortam o pino de aterramento em um plugue do aparelho para ajustá-lo a uma tomada ou cabo de extensão que não possui pino de aterramento. Essa é uma prática extremamente perigosa que pode causar choque se a fiação interna do aparelho entrar em curto-circuito.
Adaptadores de tomada
A maioria das pessoas está familiarizada com os adaptadores de plugues de tomada, permitindo que plugues de três pinos sejam inseridos em tomadas de dois pinos. É importante observar que estes não oferecem proteção de aterramento. Isso não é certo; portanto, os adaptadores de três pinos a dois pinos devem ser usados com muito cuidado, se houver. A melhor solução é conectar os plugues de três pinos apenas nos receptáculos de três pinos aterrados. Verifique isso antes de comprar um imóvel pois os custos de reforma elétrica são bem caros.
Onde uma tomada aterrada não é possível, como na fiação mais antiga, é oferecida alguma proteção instalando um receptáculo GFCI (interruptor de falha à terra) naquele local. O GFCI detectará falhas de aterramento e desligará a energia antes que a corrente perdida possa causar problemas. É importante observar, no entanto, que o uso de um GFCI não cria um caminho de aterramento; apenas torna uma tomada não aterrada um pouco mais segura.
Obviamente, nem todos os aparelhos e dispositivos têm um plugue aterrado de três pinos, e ainda são seguros de usar, pois normalmente possuem uma construção com isolamento duplo que minimiza o risco de curtos-circuitos.
Dúvidas sobre o aterramento elétrico? Deixem nos comentários suas perguntas!
Sobre o autor
A mãe de André sempre gostou de fazer reformas na casa que tem em um sítio. André aprendeu com ela, e quando comprou seu apartamento, começou a projetar, reformar, e adaptar diversas coisas que não gostava. Como síndico do prédio, convenceu os moradores a trocar a rede elétrica da década de 70, trocar os extintores por modelos mais seguros, e adaptar as escadas do prédio com corrimões mais seguros. Hoje está com um projeto de um imóvel na zona rural, compartilhando no site 2 Quartos tudo que vai aprendendo sobre reformas, construção, e mercado imobiliário.
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